Por Alexandre Gonçalves
Foi um baque. Ao dizer que qualquer pessoa está apta a trabalhar com o processamento da informação e sua divulgação, independente de possuir uma formação acadêmica, o STF desferiu um duro golpe na estima dos jornalistas. Para os professores de jornalismo então, nem se fala. Como falar em formação, se a lei diz que isso não é determinante para exercer a profissão?
Foi um baque. Ao dizer que qualquer pessoa está apta a trabalhar com o processamento da informação e sua divulgação, independente de possuir uma formação acadêmica, o STF desferiu um duro golpe na estima dos jornalistas. Para os professores de jornalismo então, nem se fala. Como falar em formação, se a lei diz que isso não é determinante para exercer a profissão?
O golpe foi duro, existe a possibilidade de se reverter esta decisão via Congresso Nacional*, mas a verdade é que a vida segue, o que não significa “baixar a guarda” frente a esta aberração, que não leva em conta que a graduação universitária é um importante instrumento de qualificação da informação levada ao público. A falta de profissionais devidamente habilitados pelos cursos de jornalismo atenta contra a comunidade e não apenas os jornalistas. Os cursos de jornalismo, com todas suas dificuldades e limitações, são o espaço de formação que proporcionam o desenvolvimento profissional, com referenciais teóricos e práticos planejados para tal, dentro de métodos pedagógicos.
Pioneira na história do jornalismo de Santa Catarina, Blumenau demorou a ter um curso de jornalismo. A primeira rádio, a primeira TV e a primeira impressão off-set não foram suficientes para a criação do curso na cidade nas décadas de 1990 e 2000, o que obrigou os veículos a importarem mão de obra. A Faculdade Ibes (hoje Ibes Sociesc) ousou, e, em 2004, quase quarenta alunos começavam a sua formação. Muitos deles com larga experiência profissional, que buscaram, nas aulas, aperfeiçoar o que já conheciam do dia a dia.
Desde então o curso de jornalismo do Ibes Sociesc já formou três turmas de jornalistas. Profissionais que estão disputando espaço no mercado de trabalho a partir da formação acadêmica proporcionada pela convivência de quatro anos ou mais, vivendo e respirando jornalismo. Hoje somos um berço de mão de obra para o setor na cidade e no Vale do Itajaí.
O curso avança para uma aproximação da realidade do mercado, pois a formação deve visualizar uma ocupação de espaço, sem nunca esquecer os referenciais teóricos, sociais, ideológicos e sobre tudo éticos que norteiam nossa atuação. A convergência entre a reflexão e a prática é o compromisso de todos os professores.
Muitos de nossos formandos já atuam nos veículos de comunicação da cidade e isso é motivo de orgulho para os professores e funcionários. Ao formarmos a quarta turma de profissionais neste mês de março, o curso de jornalismo da Faculdade Ibes Sociesc vive um misto de orgulho e responsabilidade, com uma certeza: trabalhar sempre para capacitar pessoas a atuarem de maneira eficiente e responsável com a informação, que é, afinal de contas, um dos grandes direitos da Sociedade.
* Existem duas propostas de emenda Constitucional (PEC) em tramitação no Congresso Nacional (uma no Senado outra na Câmara dos Deputados) para considerar o diploma obrigatório para o exercício da profissão.
* O autor é professor do curso de jornalismo da Faculdade Ibes Sociesc, vice-presidente da Associação de Imprensa do Médio Vale do Itajaí e gerente de jornalismo da Ric Record Blumenau.
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